domingo, 4 de setembro de 2016

10 - Cronologia dos Acontecimentos Notáveis na Vida de Santa Rosa de Viterbo

10 - Cronologia dos Acontecimentos Notáveis na Vida de Santa Rosa de Viterbo


Esta cronologia é baseada, principalmente: na obra “Il Libro dei Miracoli di Santa Rosa da Viterbo”, do Pe. Ernesto Piacentini, O.F.M. Conv., Postulador da Causa dos Santos; dos processos de canonização iniciados (Vita Prima e Vita Seconda); e do livro “Rosa: Eroica, Giovanetta, Santa”, do biógrafo Paolo Cenci.

Durante a Vida

1233 - Santa Rosa nasce em Viterbo, filha de Giovanni e Caterina, que lhe conferem uma educação cristã. Sobre o dia e mês do nascimento, nos diversos autores consultados, há apenas suposições.
1235 - Em Viterbo, se inicia a construção do [Monastério de São Damião], Assis, para onde Rosa será transportada depois de sua morte.
1236 – Em Viterbo, os Franciscanos, presentes desde 1220 próximos à Chiesa di San Giovanni in Zoccoli, iniciam a construção da Chiesa  di San Francesco alla Rocca.
1243 – Assédio de Viterbo por parte do Imperador Frederico II. Divisão interna entre os cidadãos de Viterbo em favor do Papa ou do Imperador.
21/6/1250 – (terça-feira) – Santa Rosa é acamada, gravemente enferma. Repentinamente, afirma ver a alma de falecidos e reconhece alguns que nunca havia visto, porque falecidos 20 ou 30 anos antes de seu nascimento, e distinguia os bons dos maus.
22/6/1250 – (quarta-feira ) – Santa Rosa pede a sua mãe qualquer coisa para comer antes de iniciar o jejum, no dia seguinte, para a vigília de [São João Batista]. Levanta-se e louva o Senhor, a Virgem Maria e aos santos. Entre várias preces, faz uma pelo rei da França, São Luiz IX, que havia conduzido uma cruzada (Sétima Cruzada) contra os sarracenos, na qual fora feito prisioneiro, e depois resgatado, e em 8 de maio de 1250, encontrava-se em Acre (Israel).
23/6/1250 – (quinta-feira) – Santa Rosa se joga nua em terra, em forma de cruz, e chorando, diz à mãe que renunciava às riquezas do mundo, e obedecendo as ordens que lhe havia dado a Virgem Maria solicita a Dona Sita que a vestisse de túnica e corda e lhe corte os cabelos como os de um clérigo. Depois, à noite, fez reunir pela mãe um grupo de senhoras e exortava-lhes e contava-lhes sobre a aparição da Virgem e o que esta a havia ordenado.
24/6/1250 – (sexta-feira) – Santa Rosa vai visitar a Igreja de São João Batista, de São Francisco e de Santa Maria in Poggio, como lhe havia ordenado a Virgem Maria.
25/6/1250 – (sábado) – A partir disto muita gente se interessa por Rosa.
Discussão com seu pai, Giovanni, que por fim aceita a vocação da filha e a abençoa com os familiares, com Dona Sita, e outros; Santa Rosa pede também por um sacerdote que a abençoe.
Rosa sai caminhando por Viterbo, com um crucifixo na mão, louvando a Deus, a Virgem Maria, e os santos, e encoraja a população a frequentar a igreja e rezar.
Aparece-lhe o Crucifixo do Divino Mestre e ela inicia a macerar-se para participar do sofrimento de Cristo. Encaminha-se para a Igreja, mas, como está sangrando e implora falando com o Senhor, um homem, por compaixão, a leva de volta para casa, onde, por três dias, continua a martirizar-se.
Depois pede para a mãe para trazê-la um pouco de erva menta para beneficiar as vias respiratórias. Através daquele ramalhete de menta abençoado pelo Senhor sobre seu peito se celebra seu casamento místico (como a esposa do Cântico dos Cânticos havia feito com o ramalhete de mirra). O Senhor lhe prediz que a sua casa um dia fará parte do Monastério das Clarissas de São Damião.
4/12/1250 – Porque Santa Rosa continua a exercer apostolado andando continuamente pelas ruas de Viterbo com o Crucifixo nas mãos, louvando ao Senhor e exortando os cidadãos com palavras simples, em simples conversações, por instigação dos heréticos , foi exilada da cidade. Santa Rosa se encaminha para Soriano.
5/12/1250 – (Vigília de São Nicolau) – Junto a Soriano, Santa Rosa profetiza que dentro de alguns dias o Imperador Frederico II irá morrer.
13/12/1250 – Morre Frederico II.
_/12/1250 – De Soriano, depois de poucos dias, Santa Rosa vai para Vitorquiano, onde restitui a visão à cega Indelicata e converte a uma herética.
1/1/1251 – Em primeiro de janeiro, ou talvez já qualquer dia das festas natalinas, Santa Rosa já retornou a Viterbo.
Em seguida, pede para entrar no Monastério das Clarissas de São Damião.
6/3/1251 – Santa Rosa morre em Viterbo, e é sepultada, inicialmente, no cemitério de sua paróquia de Santa Maria in Poggio.

Depois da Morte:

25/1/1252 – Mediante requisição do Bispo, clero e povo de Viterbo, o Papa Inocência IV ordena seja instruído um processo de canonização; o corpo é transportado para Santa Maria in Poggio.
4/9/1258 – O Papa Alexandre IV transporta o corpo de Santa Rosa, pessoalmente, junto aos cardenais, para a Igreja do Monastério das Clarissas de São Damião; em seguida o monastério se chamará Monastério de Santa Rosa. Na Catedral se inicia a celebração da festa litúrgica da translação.
1357 – Um incêndio destrói a urna onde estava o corpo de Santa Rosa. Foi substituída por outra, de madeira, em 1358.
1418 – Eleito o Papa Martino V, com a paz político-religiosa, muitos estrangeiros em peregrinação a Roma passavam por Viterbo. Através de boas ofertas recolhidas na visitação a Santa Rosa o monastério se recupera de um período de extrema pobreza. As monjas, então, pouco a pouco fazem reformas e ampliação na Igreja e no Monastério.
3/4/1449 – (Bula do Papa Nicolau V). Santa Rosa é chamada “Santa”. Curiosamente, o Papa Nicolau V fora eleito em um dia 6 de Março – dia da morte de Santa Rosa -, data na qual, no Martirológio Romano, é celebrada a memória de Santa Rosa. 
Além disto, ordena que todo ano no Dia da Purificação de Maria, ou da Apresentação de Jesus no Templo (la Candelora) o povo ofereça na Igreja de Santa Rosa a “cera”[1].
Neste mesmo ano foi concedido a Indulgência pela Festa da Purificação, da visitação, de Santa Clara e Santa Rosa.
1452 – As monjas eram em número de 52.  O número oscila entre 7 monjas (1418) e 94 (no início do séc. XVI.
1453 – Ciclo pictórico de Benozzo Gozzoli na Igreja de Santa Rosa sobre a vida e os milagres da Santa.
1441/1457 – As monjas encarregaram a Francesco d`Antonio da Viterbo, Il Balletta, de pintar uma nova urna, com os milagres.
1/4/1457 – Processo de Canonização ordenado pelo Papa Calisto III. Foi fechado em 4 de julho de 1457. (Processo Calistiano - Vita Seconda)
1471 – (Bula do Papa Sisto IV). O Papa Sisto IV confirma a oferta da cera e da luminária pela cidade de Viterbo para a Festa da Purificação, segundo a Bula de Papa Nicolau V, e se ordena, igualmente, para a festa de Santa Clara e de Santa Rosa. Sisto IV concede, também, indulgência àqueles que recitam o Ofício Litúrgico da Translação de Santa Rosa, instituído pelo Papa Alexandre IV em 1258 e de quaisquer seus sucessores nos anos imediatamente sucessivos.
24/7/1476 – O corpo de Santa Rosa é portado em procissão pela cidade de Viterbo durante uma pestilência.
27/9/1509 – O Papa Júlio II confirma o Ofício Litúrgico concedido pelo Papa Sisto IV ao Monastério com a respectiva indulgência.
15/5/1512 – A comunidade juramenta, pelo presente e futuro, faz uma solene procissão em honra de Santa Rosa, Patrona de Viterbo. Desde, então, o início da Macchina di Santa Rosa.
Já em 1654 começou a chamar-se “Macchina” o baldaquino que sustenta a imagem de Santa Rosa, e que percorre a cidade.
1510/1520 – É publicada a “Vita III” precedida da “Missa Propria Santctae Rosae”
1579 – A urna de Santa Rosa é removida da parte vizinha da muralha de Viterbo, porque muito úmida, e portada um pouco mais adiante.
1584 – Santa Rosa é inserida no Martirológio Romano com a denominação de “Santa/Beata”.
1586 – É publicado, novamente, o documento da “Vita III” e da “Missa Propria Sanctae Rosae”.
O culto, em seguida, terá sempre maior reconhecimento.
1608 – Indulgência pela Festa de Santa Rosa.
1615 – Em Santa Rosa, por ocasião da limpeza da urna, é colocado o hábito de religiosa, como cumprimento de seu desejo de vestir-se o hábito religioso antes de morrer. Tinha, contudo, um véu branco.
1632 – Restabelece-se a oferta da cera a Santa Rosa, segundo o juramento de 1512. Os documentos do empenho da cidade de Viterbo eram conservados em um canudo de estanho, perto do processo de Santa Rosa.
Faz-se um outro engrandecimento da igreja. Em virtude das obras foram destruídos os afrescos de Benozzo Gozzoli, salvos somente através das cópias de Francesco Sabatini.
21/11/1656 – Pelo livramento de Viterbo da peste, as monjas fizeram um voto solene a Santa Rosa, por si e pelo monastério, com licença do Cardeal Brancaccio, de jejuarem, a pão e água (excetuadas as doentes e muito idosas), por 7 anos a vigília da Santa, e, obtida a graça, de andarem descalças, em procissão, do coro depois do Ofício Divino, até a sua urna, por toda a oitava da festa, cantando “Te Deum”, por todos os tempos futuros na vigília da festa da Santa. Até hoje é mantido este uso, para manter a fé neste voto.
Entretanto, em 1670, o “Voto do Te Deum” foi comutado pela tarde da festa quando se beija a urna, não por obrigação, mas por devoção[2].
13/10/1658 – Imposição do véu negro em Santa Rosa.
1695 – Procissão a Santa Rosa pelo terremoto. Voto a Santa Rosa de jejuar por 7 anos na vigília da festa.
1699 – Uma nova urna, ricamente ornada, em bronze, substitui aquela de madeira de 1357.
22/2/1798 – O Papa Pio VI, em visita a Viterbo, foi beijar a mão de Santa Rosa.
1846-1850 – A nova Igreja de Santa Rosa, aquela atual e a capela onde repousa o corpo da Santa foi erguida.
3/4/1921 – Reconhecimento do corpo: o coração de Santa Rosa é encontrado incorrupto e posto em um relicário. O corpo de Santa Rosa é portado em procissão por Viterbo.
1925 – Decisiva intervenção do Cardial La Fontaine, viterbense, quando era Patriarca de Veneza, para declarar-se Monumento Nacional o complexo do Monastério de Santa Rosa (23/9/1926).
__10/1958 – O corpo de Santa Rosa é portado, em procissão, por Viterbo.
__11/1962 – O corpo de Santa Rosa foi submetido a um novo reconhecimento canônico.
8/2/1983 – Santa Rosa é declarada Patrona das Floristas pelo Papa João Paulo II, com Bula enviada ao Bispo de Viterbo, Mons. Luigi Boccadoro.
2/9/1983 – Santa Rosa é portada em procissão por Viterbo.
27/5/1984 – Papa João Paulo II para, em oração, diante do corpo de Santa Rosa.
13/2/1990 – O Bispo de Viterbo, Fiorino Tagliaferri, preside a cerimônia de reconhecimento do corpo de Santa Rosa com a limpeza da urna e da troca das vestimentas.
2013 – A Festa de Translação do Corpo de Santa Rosa com a Macchina di Santa Rosa é declarada Patrimônio Imaterial da Humanidade.

2016 – O Corpo de Santa Rosa é transportado pelas ruas de Viterbo, para marcar o Jubileu da Misericórdia decretado pelo Papa Francisco.


ANO 2016 - PROCISSÃO COM O CORPO DE SANTA ROSA

ANO 2016 - PROCISSÃO COM O CORPO DE SANTA ROSA





[1] Porque da cera se faz a candeia.
[2] Bolletino Santuario Santa Rosa, 26, 1989, 3

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